Moradores de rua


No percurso entre a Estação Central do metrô de Belo Horizonte e a Avenida Afonso Pena, passando pela Aarão Reis, depois por baixo do viaduto de Santa Teresa, a gente encontra uma infinidade de mendigos e moradores das ruas. Bem cedo e alguns já estão caídos bêbados, outros já estão pedindo aos passantes moedas para “tomar café”. Eu me canso de me indignar, e ficar deprimido por eles. Para mim o ser humano tem que ter o mínimo para ser “humano”. Um lugar para onde ir, onde possa ficar sozinho e remoer as mazelas, amigos em quem possa confiar, referências familiares, um cantinho onde possa deixar seus mimos; o mínimo. 

 O morador de rua, já bêbado de manhã, me pára na Aarão Reis e estende a mão para pedir algo. Eu lhe ofereci a minha cara mais deprimida possivel. Ele percebeu e disparou:

_Credo, “Véio”, cê ta pior que eu, vai com Deus.

Fiquei pensando em Deus. 

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