A árvore da Dona Dainha
A
árvore da Dona Dainha
A centenária fazenda tinha um espaço onde a família da Dona
Dainha se reunia em quase todas as ocasiões. Era debaixo de uma árvore enorme
que havia no quintal. Sob a grande copa verde eram comemorados os natais, as
festas juninas, os aniversários e todas as outras reuniões dessa tradicional
família mineira. De geração a geração, era lá que as crianças se reuniam para
as brincadeiras de toda tarde.
Por isso, a árvore virou uma referência para a memória de
todos os que viveram na fazenda.
Contudo, a hidroelétrica de Furnas desapropriou as fazendas
da região e alagou tudo. A árvore ficou submersa.
Para gerar energia, a empresa pagou uma miséria pela fazenda
e não pagou nada pelas histórias, nem pelas memórias dos habitantes que tinham naquele
lugar raízes tão profundas quanto as da árvore.
30 anos se passaram e a árvore virou personagem dos “causos”
nostálgicos daquela gente.
O Sr. Luiz Mendes é religioso, correto, ético e, apesar de
ser um homem rico, tem a simplicidade que os virtuosos procuram. Fazendeiro da
região, casou-se com Dona Dainha e se acostumou a ouvir a esposa contando
saudosa as histórias da fazenda dos pais.
Um ex-funcionário dela, um dia, segredou para ambos que a
seca que castigava a região fez a represa baixar demais o nível da água e que,
para espanto de muitos, a árvore, morta, ainda estava de pé.
Ouvindo aquilo, o Sr. Luiz, sem fazer alarde, pegou o
caminhão, foi até o local, cortou o que havia sobrado da outrora soberba e
acolhedora árvore, e levou de presente para a emocionada Dona Dainha.
A fazenda deles é um reino cheio de ótimas histórias
antigas. Esta é mais uma.
Revisão do texto:
Retextualizar: revisão, formatação, assessoria textual
Revisão do texto:
Retextualizar: revisão, formatação, assessoria textual
muito bakana, vc arrasa como sempre
ResponderExcluirmto bacana adorei!!!
ResponderExcluirmuito bacana msmo. Adorei!
ResponderExcluirmuito bacana msmo. Adorei!!
ResponderExcluirSegredando e desvendando histórias. Como sempre, absoluto em tudo que escreve.
ResponderExcluirsimplicidade e amor através das suas histórias deixam a gente também nostágicos...parabéns...abraços...
ResponderExcluirSão histórias que o tempo e nem as aguas apagam.... quem convive com eles sabe bem disso....
ResponderExcluirEu recebi este e-mail da Dona Dainha e faço questão de publicar aqui:
ResponderExcluir" Amei a crônica e fiquei realmente emocionada com o que escreveu.
Parece que você fez parte destes acontecimentos de minha vida, tão distantes e ao mesmo tempo tão próximos, porque foram muito felizes, carregados de muita emoção e ficaram muito marcados no meu coração.
Fiquei impressionada com a sua sensibilidade para perceber a importância desta árvore para mim e também para meus irmãos.
Já encaminhei seu email para eles e estou esperando retorno. Com certeza ficarão emocionados ao ler sua crônica, porque ela é praticamente um documentário.
Muito obrigada, de todo coração.
Quando Luiz foi pegar a árvore, um empregado de meu pai, ainda vivo, acompanhou todo o processo e também, com muita emoção escreveu sobre ela e me mandou como lembrança. Vou enviar para você, e também a foto que tiramos quando retornei à fazenda após 30 anos da inundação.
Este ano estive lá novamente, com meus irmãos e pude rever o que restou da fazenda ( alicerces, resto do pomar, casa dos empregados ...etc.
Filmei tudo e gostaria que participasse desse momento conosco, mesmo que seja somente vendo as imagens do que restou.
Vamos combinar uma forma de fazer isso.
Terei imenso prazer e alegria de dividir tudo isto com você.
Mais uma vez muito obrigada.
Com estima e gratidão "
Dainha