Histeria coletiva

Definitivamente o que irrita nas comemorações do torcedor do futebol não tem nada a ver com o esporte ou com as escolhas clubísticas. O que deixa qualquer um doente é o barulho, é o exagero, é o profundo desrespeito com o direito dos que não curtem o futebol. Para quem comemora um resultado não existem hospitais, doentes, bebês ou moribundos. Eles se vestem do primitivismo mais absoluto e o resto que se dane. Há relatos de selvagerias de toda espécie, alias, selvagem não joga rojões em hotéis ou em apartamentos, quem faz isso é inclassificável. Até criticar é perigoso porque quem se opõe é taxado de não gostar da paixão nacional, a bola. Quem se opõe é transformado em um ser deletério e poderá até ser apontado como intelectual, como se isso fosse demérito. Criticar comportamentos que venham do futebol é perigoso, sim, há uma parte da imprensa e dos intelectuais que vivem dele, há toda uma estrutura publicitária que faz do torcedor um alienado consumidor. As manchetes dos jornais falam o tempo todo de raça, paixão e fé; não é um esporte o que está em questão, é indução à histeria quase religiosa. Quem não está do lado do deus da vez, apodrece no inferno.

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