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Mostrando postagens de novembro, 2012

A árvore da Dona Dainha

A árvore da Dona Dainha A centenária fazenda tinha um espaço onde a família da Dona Dainha se reunia em quase todas as ocasiões. Era debaixo de uma árvore enorme que havia no quintal. Sob a grande copa verde eram comemorados os natais, as festas juninas, os aniversários e todas as outras reuniões dessa tradicional família mineira. De geração a geração, era lá que as crianças se reuniam para as brincadeiras de toda tarde. Por isso, a árvore virou uma referência para a memória de todos os que viveram na fazenda. Contudo, a hidroelétrica de Furnas desapropriou as fazendas da região e alagou tudo. A árvore ficou submersa. Para gerar energia, a empresa pagou uma miséria pela fazenda e não pagou nada pelas histórias, nem pelas memórias dos habitantes que tinham naquele lugar raízes tão profundas quanto as da árvore. 30 anos se passaram e a árvore virou personagem dos “causos” nostálgicos daquela gente. O Sr. Luiz Mendes é religioso, correto, ético e, apesar de ser um homem ri

O usurpador

O usurpador Depois de usurpar o trono, o príncipe, como leão novo, lança um longo olhar para o reino decadente e os cortesãos genuflexos. Soberbo e altivo, desfere o golpe de misericórdia: – Pai, o senhor foi incompetente. Com o potencial deste reino você poderia ser muito rico. O pai, que havia se debatido como presa mordida na garganta, aquietou-se resignado, mas, antes do suspiro derradeiro, respondeu: – É verdade, eu teria sido um milionário, porém investi tudo que recebi te proporcionando as melhores e mais caras escolas, cursos e faculdades. Apliquei nos carros que você destruiu, nas suas viagens; nas aulas de artes marciais, academias e escolas de músicas. Gastei pagando os seus cartões, contas em restaurantes, motéis e clubes sociais de luxo. Usei fortunas pagando suas roupas de marcas finas e fazendo todas as suas vontades. Enfim, toda a riqueza que resta ao nosso mundo está em você. Então, o príncipe lacrou a porta do calabouço, abandonando o velho para sempre.