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Mostrando postagens de julho, 2012

A MUSA, O PLAYBOY E O JUMENTO

A MUSA, O PLAYBOY E O JUMENTO Hoje eu vou contar uma história de desconfiança, de imaturidade, de ignorância e de quebra: de arrependimento. Vou contar o milagre sem contar os milagreiros. Então vou dizer “musa” e “playboy” no lugar dos nomes. O playboy era o “pegador” do bairro. Foi o primeiro da turma a ter carro, só andava nos trinques e era bonito e bem cuidado. Falava bem, era de uma família de melhor nível cultural e abastada para o padrão daquele bairro miserável. A mãe era professora e o pai funcionário público. Por isso tudo ele era o tal. E era meu “amigo”. A musa era a minha namorada. Linda, olhos claros, ardósia, boca farta de lábios e risos. E era a minha namorada. Não sei bem o quê ela via em mim, pobretão e feio, mas éramos alegres e cheios de planos. Eu a ajudava na escola e ela melhorava a minha autoestima. Era a minha namorada. Um dia o playboy me chamou para um papo reservado: _Bicho, você sabe que eu sou seu amigo, então é minha obrigação te contar